David Gamble, coordenador de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos e integrante do governo de Donald Trump, desembarcará no Brasil na próxima segunda-feira (5/5) para discutir possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outras autoridades brasileiras.

A visita de Gamble foi articulada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou de suas funções na Câmara dos Deputados para atuar nos Estados Unidos. Em Brasília, Gamble terá reuniões com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e também é esperado um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com fontes próximas à articulação, a Casa Branca avalia impor sanções não apenas a Moraes, mas também a juízes auxiliares ligados ao ministro e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. As possíveis punições seriam uma resposta às decisões de Moraes que bloquearam perfis de opositores nas redes sociais norte-americanas, como X (antigo Twitter) e Rumble.

Para o entorno de Trump, as ações de Moraes representam censura e um ataque à liberdade de expressão, reforçando a imagem do ministro como um agente que impõe uma agenda política sem respeitar princípios democráticos básicos.

O bloqueio de contas de críticos do STF e de apoiadores do conservadorismo gerou incômodo crescente em Washington, especialmente entre republicanos ligados à campanha de Trump para 2024.

Embora o foco da visita seja Moraes e integrantes do Judiciário, não estão previstas, até o momento, discussões formais sobre sanções ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além das sanções, Gamble também discutirá questões relacionadas à segurança pública e à cooperação internacional em temas de liberdades civis e redes digitais.

Gamble, que lidera o Office of Sanctions Coordination, é um diplomata de carreira do Senior Foreign Service e atua na definição de estratégias dos EUA em sanções internacionais em contextos diplomáticos sensíveis.