O
Ministério Público Eleitoral (MPE) manifestou-se nesta
segunda-feira (30), posicionando-se a favor da condenação do atual
ministro dos Transportes, Renan Filho, e do governador de Alagoas,
Paulo Dantas (MDB), além do deputado federal Rafael Brito (MDB-AL).
Eles são acusados de suposto abuso de poder econômico durante as
eleições de 2022, utilizando o programa social “Bolsa Escola 10”
para promover suas candidaturas.
O programa, lançado em dezembro de
2021, dez meses antes das eleições, destinava-se a premiar alunos
da rede estadual com bolsas de estudo, redistribuindo R$ 120 milhões
em prêmios. Segundo o MPE, o “Bolsa Escola 10” possuía
características eleitoreiras, sendo implementado às vésperas do
pleito e distribuindo benefícios sem exigências de contrapartida
dos estudantes ou critérios de vulnerabilidade social.
O procurador regional eleitoral
Antônio Henrique Cadete apontou que Rafael Brito, então secretário
estadual de Educação e responsável pela contratação da Caixa
Econômica Federal para gerir o programa, promoveu ativamente o
“Bolsa Escola 10”. Por isso, solicitou a condenação e a
inelegibilidade de Brito.
Renan Filho, que na época das
eleições era governador de Alagoas e candidato ao Senado, foi
descrito como o idealizador do programa. O procurador recomendou a
aplicação de multa e a inelegibilidade de Renan Filho por abuso de
poder político e econômico.
Paulo
Dantas, que sucedeu Renan Filho no governo, também foi mencionado
como beneficiário da ação governamental, que teria utilizado como
plataforma de campanha. O procurador solicitou, portanto, sua
inelegibilidade.
Os três políticos envolvidos
negaram as acusações, defendendo que não se beneficiaram do
programa e que o “Bolsa Escola 10” não tinha viés eleitoreiro.
O caso segue em análise, com os acusados contestando as imputações
de uso indevido de recursos públicos para fins eleitorais.