O Brasil contabilizou 1.640 focos de incêndio apenas no mês de abril de 2025, segundo dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar de representar uma queda de 37,2% em relação ao mesmo período de 2024 — quando houve 2.610 focos —, o volume de queimadas permanece expressivo e reforça a extensão dos danos ambientais registrados no país.

Em 2024, a área devastada por incêndios no Brasil alcançou 30,86 milhões de hectares, uma extensão superior ao território da Itália, de acordo com levantamento do portal Poder360. A comparação ilustra a dimensão da tragédia: o Brasil queimou, em um único ano, uma área maior que todo um país europeu.

O Cerrado concentrou a maior parte das queimadas em abril, com 595 focos, o equivalente a 36,3% do total nacional. A Mata Atlântica ficou em segundo lugar, com 334 focos (20,4%). Todos os seis biomas brasileiros apresentaram registros de incêndios.

De janeiro a abril de 2025, o Brasil já acumula 8.950 focos, refletindo uma continuidade do risco ambiental, mesmo com a redução em relação ao ano anterior.

O ano de 2024 foi particularmente grave. O país enfrentou uma seca histórica, a pior dos últimos 75 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Com isso, o número de focos de incêndio no ano passado chegou a 278,3 mil, um crescimento de 46,5% em relação a 2023, e o maior volume registrado desde 2010.

Além da quantidade de focos, a extensão das áreas queimadas foi alarmante. Dos 30,86 milhões de hectares destruídos:

73% correspondem a vegetação nativa;

25% ocorreram em áreas florestais;

As queimadas em pastagens responderam por 21,9% do total.